Os dias iam passando e o desespero de Rebeca aumentava cada
vez mais. Ela sabia que não ia conseguir esconder a gravidez por muito tempo.
Seus pais não a perdoariam nunca. Como faria para se sustentar e ainda cuidar
de um bebê?
Foi aí que se lembrou de ligar pra sua única amiga: Rachel.
Tinha certeza que ela a ajudaria de alguma forma.
– Alô, Rachel?
- Oi Rebeca. O que aconteceu? Sua voz está estranha?
Rebeca começou a chorar ao telefone. – Preciso muito falar
com você. É urgente. Posso ir à sua casa agora?
- Claro que pode.
- Até mais.
-Tchau.
Rebeca pegou a sua bolsa e foi correndo pra casa de Rachel.
No caminho as lágrimas rolavam como cachoeira pelos seus olhos. Começou a pensar nos erros que cometera e
entendeu que era preciso consertá-los.
Enfim ela chegou à casa de Rachel que já estava na sala à
sua espera. Sentaram no sofá para conversar, mas, Rebeca começou a chorar
compulsivamente.
- Vamos pro meu quarto. Lá ficaremos mais à vontade.
Elas subiram a escada e foram pro quarto. Rebeca sentou na
cama e Rachel puxou uma cadeira e ficou à frente dela.
-Agora você pode falar, estamos sozinhas.
Então Rebeca começou a contar toda a história. Rachel ouviu
calmamente segurando as mãos da sua amiga. Ela entendia que não cabia a ela
julgar os atos de Rebeca pois isso é algo que só Deus pode fazer. Quando ela
acabou de contar tudo, deu-lhe um abraço forte e prometeu ajuda-la a contar
tudo pros seus pais.
- Agora estou mais calma, obrigada por me ouvir.
- Não é necessário agradecer, amigos são para essas coisas.
Não se preocupe. Vai ficar tudo bem. Vamos comer algo na cozinha? Você está
pálida. Precisa se alimentar bem, pois está grávida.
- Na verdade não comi nada hoje.
- Então vamos.
As duas se
encaminharam para a escada e após descer 3 degraus Rebeca sentiu uma tontura e
acabou rolando escada a baixo. Rachel deu um grito e seus pais saíram correndo
do quarto e se deparam com Rebeca desmaiada no final da escada.
Minutos depois, Rachel estava na ambulância levando Rebeca
para o hospital e tentando falar com os pais de sua amiga. –Droga! Não atendem no fixo e o celular cai direto na
caixa! Vou deixar uma mensagem na secretária eletrônica.
Assim que chegaram ao hospital, e Rebeca foi levada para que
os exames fossem realizados, o pai dela ligou pra Rachel.
- O que aconteceu?
- Bom, ela sentiu uma tontura e caiu da escada lá de casa.
-Mas tá tudo bem com Rebeca?
-Bom, agora os médicos estão fazendo exames. Acho melhor
vocês correrem aqui para o hospital.
- Ok, chegaremos daqui a pouco.
Assim que desligou o telefone, o médico apareceu e chamou
Rachel.
- Você é a amiga de Rebeca?
- Sim. Como ela tá?
- Calma, sente aqui. Vou explicar tudo. Bom, Rebeca está bem, mas infelizmente perdeu
o bebê. Ela ainda não sabe o que aconteceu, pois acabou de acordar. Seria bom
ter uma amiga por perto, na hora que ficar sabendo. Vamos pro quarto?
- Sim, vamos.
Eles entram no quarto e Rachel corre pra perto da cama.
- Você está bem minha amiga?
- Estou, apenas com dor nas costas, mas disseram que é
normal por causa da queda. E o bebê?
O médico se aproxima e fala: - Infelizmente você perdeu o
bebê.
Rebeca começa a chorar compulsivamente e nesse mesmo
instante, seus pais entram na sala e correm pra abraçar sua filha. E ela chora
ainda mais.
Rachel chama o médico para fora da sala e ele a acompanha.
Lá dentro Rebeca pede perdão pros pais e conta a história
desde o início.
- Nós te perdoamos sim filha. Quando você sair deste
hospital, tudo isso vai virar passado. Nada disso interfere no amor que
sentimos por você.
Nesse mesmo instante a porta se abre e Pedro entra no quarto
e corre pra perto dela.
- Me perdoe minha querida. Fui um canalha e agi como uma
criança. Não deveria ter fugido dessa responsabilidade. Tudo isso é minha
culpa.
- Tudo bem, já passou. E você não precisa se preocupar mais.
A sua responsabilidade morreu quando caí daquela escada. Pode ir agora.
- Já sei de tudo, mas não vou a lugar nenhum. Quero ficar
aqui com você e reconstruir a nossa história. Dessa vez faremos tudo do jeito
certo.
- Você tem certeza? Disse Rebeca
- Sim, eu tenho. Dessa vez faremos tudo do jeito certo. Vou
pedir autorização pros seus pais e casaremos
em breve.
Ele pega a mão de Rebeca e olha pros pais dela:
- Primeiro gostaria de ter pedir perdão por tudo isso que
causei e gostaria muito de me casar com sua filha.
- Tudo bem, você está perdoado e tem nossa benção para casar
com nossa filha.
Agora as coisas
começam a entrar nos eixos. Rebeca aprendeu e amadureceu muito com toda essa
situação. Entendeu que quebrou um mandamento de Deus ao namorar sem a benção
dos pais e essa atitude abriu brechas que trouxeram resultados desastrosos.
Lógico que ela se arrependeu das suas atitudes e agora usa sua história para
ajudar outras jovens a não cair no mesmo erro que ela.